quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Ter razão

Há momentos na vida em que a gente se depara com certas linhas de pensamento que mexem com a nossa perspectiva de mundo. Deve fazer pouco mais de meio ano que o primeiro estalo veio na minha mente e me dirigiu pra um entendimento completamente estranho das coisas.

Poderia ser só mais uma aula de Cadeia de Suprimentos, mas o professor resolveu tocar numa ideia que parece ter passado em branco pra maioria, mas que desencadeou uma série de reflexões em mim.
“Gente, prestem atenção nisso que eu vou falar pra vocês e levem isso pra vida. Ter razão não serve pra porra nenhuma, você precisam conquistar a boa vontade e a preferência das pessoas...”

Mais de duas décadas tentando ter razão, conquistar as pessoas por a+b, daí um dos caras por quem você mais tem respeito te diz algo que ele mesmo apanhou muito pra entender. E é engraçado o quanto eu ignorava essa ideia, mesmo quando sabia dela. Confesso que consegui reverter situações difíceis com esse conceito, pensando no outro, conquistando a boa vontade a partir da empatia, mas é pouco, ainda é pouco.

Faz meses que eu estou pensando em escrever sobre isso, mas parece ter sido muito bom ter esperado, eu tenho sido tão falho em aplicar isso nas situações cotidianas e onde as pessoas mais precisam, mas ao menos eu me sinto mais tranquilo por cobrar de mim quando não consigo convencer ou me fazer ser ouvido. O caminho é longo, mas eu chegarei lá.

Já foi dito por Galileu “Não se pode ensinar nada a um homem; só é possível ajudá-lo a encontrar a coisa dentro de si.”


Bem, já vi por onde passa a estrada, vou continuar procurando.

domingo, 15 de novembro de 2015

São só mais concepções.

‘Capítulo 73 – Sangue e tinta’


“Na TEOFANIA, Teccam escreve sobre os segredos, chamando-os de dolorosos tesouros da mente. Explica que aquilo em que a maioria das pessoas pensa como segredo, na verdade, não é nada disso. Os mistérios, por exemplo, não são segredos. Nem o são os fatos pouco conhecidos ou as verdades esquecidas. Segredo, explica Teccam, é um conhecimento verdadeiro que é intencionalmente ocultado.

Os filósofos discutem há séculos os pormenores dessa definição. Assinalam os problemas lógicos que existem nela, as lacunas, as exceções. Em todo esse tempo, entretanto, nenhum deles conseguiu chegar a uma definição melhor. O que talvez diga mais do que todos os sofismas combinados.
Num capítulo posterior, menos debatido e menos conhecido, Teccnam explica que há dois tipos de segredos: os da boca e os do coração.

A maioria deles é da boca. Boatos compartilhados e pequenos escândalos sussurrados. Há segredos que anseiam por se largar no mundo. Um segredo da boca é como uma pedra na bota. No começo, mal se tem consciência dela.

Depois, torna-se irritante e, mais tarde, intolerável. Os segredos da boca vão crescendo à medida que são guardados, inchando até pressionar os lábios. Lutam para se soltar.
Os segredos do coração são diferentes. São privados e dolorosos e não há nada que se deseja mais do que escondê-los do mundo. Eles não inflam nem pressionam a boca. Vivem no coração e, quanto mais são guardados, mais pesados se tornam.

Diz Teccam que é melhor ter a boca cheia de veneno que um segredo no coração. Qualquer idiota é capaz de cuspir o veneno, diz ele, mas nós guardamos esses tesouros dolorosos. Engolimos em seco todos os dias para contê-los, empurrando-os para baixo, para nossas entranhas mais recônditas. Lá eles permanecem, ganhando peso, supurando. Como tempo, não há nada como deixarem de esmagar o coração que os contém.


Os filósofos modernos desdenham de Teccam, mas são abutres bicando os ossos de um gigante. Discuta-se quanto se quiser, Teccam compreendia o que é a vida.”

Mais uma versão dos nossos mundos.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Just another step into...

31 de dezembro parece ser a data em que a quantidade de reflexões pseudo espontâneas atinge seu ápice. E claro, a impressão de que uma mudança de data possa representar uma quebra no "cansaço" acumulado de um ano cheio de "problemas" é sempre legal de pensar.

Você já absorveu que as coisas não são assim, é só mais uma contagem sem muita especificidade e o que não pode deixar sua consciência é que é só mais um passo. Há aquelas épocas em que você se sente meio parado, inerte e um pouco cansado das coisas, meio que aguardando que algo vá movimentar sua rotina e te tornar "vivo" outra vez. Não preciso de outro item de lista pra dizer que isso também é idiotice, certo?! Se já curtiu sua inercia, talvez seja a hora de executar o que foi planejado, ainda que aos poucos...aliás, é aos poucos mesmo que tem que ser feito.

Para os próximos trocentos dias, eu só posso me certificar de que continuarei encarando os obstáculos da melhor maneira possível, independente de como eles decidam vir. Um pouco de coragem pra quando tudo parecer estar pesado demais e honestidade para ser um juiz rígido da minha própria conduta, para que eu nunca me perca.

2015 é só um espaço de tempo determinado para dar alguns passos em direção a...bem, quem sabe.

Adeus 2014, o balanço foi positivo.


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Porque listar costuma ser mais fácil.

Porque se você vai ter que lembrar das coisas, melhor fazer listas do que textos, é mais dinâmico.

1-      As pessoas escolhem. Sempre. Não caia em entendimentos de que alguém está sem opção. Escolher é uma das principais características que nos diferenciam dos animais, e se você passa a ignorar que as pessoas estão fazendo isso, estará perdendo grande parte da compreensão.

2-      Analise as circunstâncias. Porque se todo mundo escolhe, e em geral são coisas diferentes, deve haver motivos diversos. Entender o contexto em que essas coisas ocorrem ajuda a identificar como as pessoas são e principalmente o que vão vir a fazer. E claro, analise suas próprias circunstâncias para agir de maneira minimamente coerente.

3-      Lide e deixe lidar. Se você deixou pra estudar de última hora praquela matéria monstruosa(Tudo bem, Adm da produção?!) e tirou uma nota de merda, a parcela de culpa é praticamente toda sua, não vem dizer que só porque você mora longe ou trabalha que isso justifica, você sabe que não, então encare as coisas como homem. E lembre-se de considerar que os outros também estão sujeitos as mesmas regras.

4-      Em geral, somos todos normais. Acredito que se fôssemos separar o mundo entre pessoas boas, más e as normais, as duas primeiras seriam outliers extremos, e as normais seriam apenas consequências de circunstâncias, quase ninguém é bom ou mau, resumindo.
  
5-      Não pegue tão pesado. Muitas vezes temos que lidar com decisões muito difíceis e nem sempre dá pra escolher o que é melhor pra todo mundo, alguém pode acabar sofrendo muito no final, e se esse alguém é você, tente entender que a pessoa não acordou pensando “hoje vou foder aquele filho da puta, porque sim.” Mas bem, pode acontecer.

6-      Seja frio, mas não insensível. Ainda que existam justificativas e motivos e que você os compreenda, não significa que você vai aceitar tudo, há casos e casos.

7-      Tenha uma alternativa a sua certeza. Estar certo das coisas é ótimo e um guia excelente para ações, mas evite ter apenas uma, ter alternativa as suas certezas vai reduzir em muito sua chance de cometer grandes erros sem o mínimo de precaução, e isso te torna mais sensato.


8-      Você é seu maior adversário. Separe uns momentos para tirar a paz da sua falta de segurança em momentos mais difíceis, a maior parte dos seus erros são praticamente cometidos por escolhas mal feitas anteriormente, e tudo se trata de como você lida com você mesmo. Até numa derrota é possível se sair bem, mas tem que saber vencer sua própria angústia.


9-      Saiba reconhecer. Porque não se trata apenas de descobrir quem quer te ferrar, também se trata de notar quem age pelo seu bem, mesmo que de maneira sutil. A gente costuma estar alerta apenas para as situações ‘de risco’, mas estar alerta para as coisas boas pode fazer um grande bem pra quem te cerca.